Vinte e quatro alunos formaram-se na primeira turma do curso superior de Tecnologia em Gestão de Cooperativas da Faculdade de Pesquisa do Cooperativismo, em Cuiabá. A diretora acadêmica da faculdade e presidente do Instituto de Cooperativismo (I.coop), Janete Dalabarba, diz que a formação, apesar de nova no estado, teve um grande resultado, com baixo índice de evasão e muitos resultados que já estão prontos para serem aplicados, tendo em vista que o trabalho de conclusão de curso precisa estar alinhado à prática cooperativa.
O curso é um superior tecnólogo e tem a duração de dois anos e meio. Para entrar, o aluno precisa fazer uma redação, cujo texto será avaliado pelos professores. O principal critério de avaliação é ter o conteúdo consonante com o perfil cooperativista e que demonstre a habilidade do candidato com o trabalho de equipe, bem como a preocupação dele em ter um trabalho que atenda à comunidade.
Para o ano de 2022, o processo seletivo está previsto para julho. A professora Janete Delabarba explica que os alunos têm as mais diferentes origens. Alguns já trabalham em cooperativas, outros são jovens aprendizes e há ainda os que veem de comunidades com potencial para o cooperativismo e querem aplicar o conhecimento onde moram.
Entre os diferenciais do curso estão o foco nos valores cooperativos dentro das disciplinas, como a democracia, qualidade em gestão, sustentabilidade e desenvolvimento da economia local e social.
Outra diferença é a união entre teoria e prática que acontece nas aulas, tendo em vista que as situações são avaliadas a partir de casos reais. Na opinião de Delabarba, isso foi importante para manter o interesse do aluno e não o deixar desanimar mesmo diante da pandemia, que obrigou as aulas a serem on line.
E o mercado?
A professora esclarece que o Brasil e Mato Grosso têm muito o que desenvolver em relação ao cooperativismo. E, além dos profissionais formados serem preciosos para as cooperativas já em funcionamento, eles também podem ser agentes de transformação e trabalharem na abertura de novas cooperativas.
“Temos que entender que o conhecimento é processual e ele precisa de tempo e estudo. Não é algo mágico. E, com o curso de superior, as pessoas podem aprender a teoria e debruçar sobre casos práticos até construir a base de conhecimento sólida. Por isso, temos no nosso curso muita gente que já tem uma formação e buscou a segunda para aprender como aplicar o cooperativismo”, afirma Delabarba.
Uma dessas pessoas é o médico veterinário Carlos Dorileo. Ele trabalha com animais de grande porte e já fez mestrado na área de cooperativismo. Teve uma carreira profissional na qual atuou fortemente com o setor de cooperativismo do leite e, agora, que se se aposentou, pretende atuar na construção de novas cooperativas.
Ele disse que entrou no curso cheio de expectativas e teve todas atendidas no decorrer das aulas. Segundo o gestor de cooperativas recém-formado, o que mais chamou a atenção foram a qualidade dos professores e o formato das aulas.
Além da parte teórica, havia a aplicação prática dos conhecimentos e ainda a troca de experiência entre os próprios alunos, já que a sala tinha integrantes de diversos segmentos – agro, mineração, crédito, saúde e trabalho.
Dorileo acredita que a primeira aplicação do que aprendeu acontecerá na região do Pantanal, onde tem uma propriedade rural. Lá, ele acredita que há espaço para uma cooperativa de recuperação dos recursos hídricos e quer trabalhar para isso.
Serviço - Interessados no curso superior de Tecnologia em Gestão de Cooperativas podem acessar o site: https://www.icoop.edu.br/
SomosCoop - A Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso – Sistema OCB/MT – é uma entidade formada por 3 instituições que fazem papéis distintos e ao mesmo tempo interligados, focados no suporte às cooperativas: OCB/MT - Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso; Sescoop/MT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Mato Grosso; e o I.Coop - Faculdade de Cooperativismo.