Quarta-Feira, 26 de Janeiro de 2022, 08h:50

Cooperativas de transporte crescem acompanhando o desempenho do agronegócio em MT

União entre os caminhoneiros tem economia de escala e segurança

Assessoria Sistema OCB/MT
Cuiabá/MT

 

Cooperativas de transporte crescem acompanhando o desempenho do agronegócio em MT

União entre os caminhoneiros tem economia de escala e segurança

O número de cooperativas de transporte em Mato Grosso cresceu 13% entre os anos de 2019 e 2020, passando de 23 para 26. Atualmente, juntas, elas possuem  1.154 cooperados e são responsáveis por uma frota superior a 1.200 caminhões, conforme dados da Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso – Sistema OCB/MT.

Hoje, algumas trades, principalmente as que atuam no agronegócio, têm preferência em trabalhar com este tipo de organização e até fomentam a criação de novos empreendimentos, tendo em vista a maior segurança e facilidade nas contratações de serviços.

O presidente da Federação das Cooperativas de Transporte de Mato Grosso (Fetranscoop), Marcelo Antônio Angst, disse que a expansão do setor é algo inevitável nos próximos 30 anos. Ele chegou a essa constatação a partir das projeções de crescimento do agronegócio e ampliação das áreas de cultivo.

Enquanto para este ano estima-se uma produção de 75 milhões de toneladas, os estudos apontam que, em 2030, Mato Grosso abastecerá o mercado com 130 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 73,3% em nove anos. Na avaliação de Angst, isso é apenas o começo de uma demanda que será latente.

Contudo, o presidente da federação, que hoje congrega 17 cooperativas, esclarece que as novas cooperativas vão ser criadas a partir da necessidade. Ele, que também é presidente da Cooperativa Brasil de Transportadores Rodoviários de Cargas -Brcoop-, de Nova Mutum, explica que as motivações são sempre garantir de alguma forma o mercado.

Na cidade onde ele atua – Nova Mutum -, por exemplo, a união dos autônomos para a formação da cooperativa se deu por conta da invasão das grandes empresas de transportes de fora do estado. A oferta de carga as atraiu para região e se não houvesse a integração dos profissionais locais, elas tinham assumido todas oportunidades.

“Conseguimos legalizar todo o processo, fazer os recolhimentos de impostos, organizar os atendimentos e ainda comprar insumos e combustível mais barato. Desta forma, nós ficamos mais competitivos e retomamos o nosso espaço”, explica.

Óleo diesel, o vilão

Para Angst, as principais dificuldades enfrentadas pelo setor no último ano foram o aumento do óleo diesel e o não reajuste do valor do frete. Ele acredita que não adianta os profissionais ficarem aguardando a redução do preço porque isso não vai acontecer. A melhor solução para minimizar o impacto é a instalação de unidades de abastecimento nas próprias cooperativas.

Em Mato Grosso, cinco cooperativas já possuem a sua própria base de combustíveis, o que gera um lucro de aproximadamente R$ 0,25 centavos por litro, dependendo do local. Pode parecer pouco, mas a economia ganha corpo com a quantidade. Imagine este valor aplicado ao consumo de 15 mil litros por mês. O resultado é uma redução de custos de R$ 3.750 mensais.

Mão de obra escassa

Na lista de problemas a longo prazo a serem enfrentados pelas cooperativas, está a falta de caminhoneiros no mercado. O presidente da Fetranscoop explica que a situação não é preocupante apenas em Mato Grosso, como em todo o Brasil.

“Não temos nenhum filho de caminhoneiro hoje que trabalha e vai assumir o caminhão do pai em nossa cooperativa. E, enquanto isso, muitos estão se aposentando. Os lucros não são os mesmos de antigamente e faz com que a atividade se torne pouco atrativa. Os jovens não querem ficar dias em fila para carregar, descarregar, além de enfrentar os riscos da estrada e o longo tempo fora de casa”, explica.

Angst afirma que nas cooperativas do Sul do país, por exemplo, existem transportadoras com os caminhões parados por conta da falta de motorista. “Esta é uma situação que ainda não sabemos como enfrentar, mas logo seremos obrigados a agir de alguma forma porque a produção precisa escoar”.

Por que a cooperativa?

Marcelo Angst foi caminhoneiro autônomo antes de entrar para a cooperativa e afirma que não existem mais condições para um profissional autônomo trabalhar. Os impostos e os entraves burocráticos estão cada vez mais complexos.

Com a cooperativas, todos os serviços são realizados por pessoas qualificadas e, em Mato Grosso, de forma padronizada por meio de um sistema desenvolvido pela OCB/MT. Também está no rol de facilidades, a aquisição de melhores preços nos insumos, financiamentos para compra de novos caminhões e plano de saúde. Tudo viabilizado pela união dos profissionais, que gera uma maior quantidade a ser consumida, favorecendo as negociações.

Para os clientes, o melhor retorno é a segurança e a facilidade de ter que resolver todos os problemas relacionados ao transporte com apenas um contato.

“Tem trade que antes de começar a funcionar uma unidade se reúne com os profissionais da região e fala que só irá contratá-los por meio de cooperativa. Assim, tem nascido novos empreendimentos deste modelo”, finaliza.

SOMOSCOOP - A Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso – Sistema OCB/MT – é uma entidade formada por 3 instituições que fazem papéis distintos e ao mesmo tempo interligados, focados no suporte às cooperativas: OCB/MT - Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso; Sescoop/MT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Mato Grosso; e o I.Coop - Fac


Fonte: OCB/MT Principal

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