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Segunda-Feira, 08 de Julho de 2019, 08h:22
Trump e Bolsonaro estudam acordo Mercosul-EUA
Mercado internacional

Jornal Valor Econômico
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Trump e Bolsonaro estudam acordo Mercosul-EUA

Trump e Bolsonaro estudam acordo Mercosul-EUA

O presidente Jair Bolsonaro e o americano Donald Trump conversaram sobre a viabilidade de um acordo comercial entre o Mercosul e os Estados Unidos durante a cúpula do G-20 no Japão, apurou o Jornal Valor junto a fontes do governo brasileiro. Os dois presidentes realizaram um encontro bilateral no dia 05 de julho, horas antes do anúncio de que o bloco sul-americano e a União Europeia (UE) haviam assinado um tratado de livre-comércio após mais de duas décadas de negociações.

No diálogo que mantiveram sobre o tema, Trump e Bolsonaro não detalharam qual seria a natureza desse possível acordo, se seria de livre-comércio ou de outro tipo. Fontes do governo brasileiro afirmam que há interesse dos países do Mercosul em avançar nas conversas com os americanos.

"Há interesse compartilhado dos países do Mercosul de fazer um acordo comercial com os EUA. E os países [do bloco] estão dialogando sobre a possibilidade de avançar em um acordo com os EUA. Se houvesse a oportunidade, avançaríamos", disse uma fonte do governo brasileiro. "Há uma visão compartilhada de que haveria interesse em um acordo [de livre-comércio] com os americanos. Precisamos ver se os americanos também estão interessados."

Na manhã do dia 04 de julho , o presidente argentino, Mauricio Macri, afirmou em um evento em Buenos Aires que está conversando com o Brasil sobre um acordo comercial com os EUA. Ele falava a uma plateia de empresários, em um ato de celebração do Dia da Pequena e Média Empresa, exaltando o acordo firmado na semana passada entre o bloco sul-americano e a UE. "No ano que vem, vamos ter na agenda a Coreia [do Sul] e estamos falando com o Brasil para um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos", disse Macri, segundo o jornal argentino "La Nación".

Macri disse que "é falso" o entendimento de que o pacto com a União Europeia prejudicará o mercado argentino. Em sua "live" semanal no Facebook, Bolsonaro comemorou o acordo com os europeus. E usou de uma metáfora futebolística para elogiar a atuação de três de seus ministros no caso. Tereza Cristina (Agricultura), Paulo Guedes (Economia) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores), que estava a seu lado, foram comparados a craques históricos da seleção brasileira de futebol. "Pelé foi a Tereza Cristina. Você foi o Garrincha", disse Bolsonaro, voltando-se para o chanceler. "E o Nilton Santos foi o nosso querido Paulo Guedes", completou. 

Araújo, por sua vez, afirmou que o pacto firmado com os europeus facilitará o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o chamado clube dos países ricos. "Esse acordo com a UE vai acelerar a nossa entrada na OCDE, que já está tudo acertado", disse o chanceler brasileiro. "O acordo favorece outros processos e as coisas vão fazendo sentido." 

Horas antes, em um café da manhã com a bancada ruralista, Bolsonaro fez críticas ao presidente da França, Emmanuel Macron, e à chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pelas cobranças que eles fizeram sobre compromissos brasileiros com o ambiente. Segundo Bolsonaro, "eles não têm autoridade para vir discutir essa questão conosco". "Mudou a maneira do Brasil se portar perante o mundo", disse. 

Bolsonaro lembrou sua passagem pela Câmara e disse que acredita ter votado "100% com a bancada ruralista" na questão ambiental, contra a cobrança da imprensa e de ONGs estrangeiras. "Muitas vezes as questões nasciam ali como se fossem um parto de rinoceronte. Era a imprensa batendo em vocês, ONGs e eram também governos de outros países", afirmou o presidente. 

Bolsonaro disse que o comportamento de Merkel e Macron durante o encontro do G-20 confirmou sua percepção de que eles não entenderam que o governo brasileiro mudou. "Esses dois em especial achavam que estava tratando com governos anteriores, que, após reuniões como essa, vinham para cá, demarcavam dezenas de áreas indígenas, demarcavam quilombolas, ampliavam área de proteção. Ou seja, dificultavam cada vez mais nosso progresso aqui no Brasil", disse. 

Bolsonaro lembrou ainda que recusou a proposta de Macron de participar de uma reunião com ele e o líder indígena Raoni Metuktire. "Dei-lhe um rotundo não", disse. "Não reconheço o Raoni como autoridade. Ele é um cidadão, como outro qualquer, que nós devemos respeito e consideração. Mas [para] estar ao meu lado para tomarmos uma decisão pelo nosso Brasil, ele não é autoridade", destacou. 

O presidente disse ainda que convidou Macron e Merkel para sobrevoarem a Amazônia e reclamou ainda que ao passar pela Europa não avistou nenhuma floresta. "Se encontrassem no espaço entre Boa Vista e Manaus um quilômetro quadrado de desmatamento, eu concordaria com eles", disse. "Eu sobrevoei a Europa duas vezes e também lhes disse que não encontrei 1 km2 de floresta naquela região". 

Bolsonaro afirmou também que por décadas, "com a conivência com chefes de Estado", o Brasil acabou criando um "péssimo conceito de ambiente lá fora". E destacou que a Alemanha "não vai cumprir Acordo de Paris no tocante a energia fóssil". C"O Brasil tem tudo para cumprir quase tudo o que está lá e o que for possível nós faremos", disse. 

Aos parlamentares ruralistas Bolsonaro lembrou que desde a campanha dava importância ao segmento, citou que quis fundir o Ministério do Meio Ambiente ao da Agricultura. Mas afirmou que mesmo mantendo duas pastas houve "bom senso" na escolha de Ricardo Salles para comandar o Meio Ambiente. "Tivemos aqui a oportunidade e o bom senso de escolher um ministro que casa a questão ambiental e o desenvolvimento", disse. (Valor Econômico)

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