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Sexta-Feira, 25 de Março de 2022, 08h:39
Oportunidade à vista: Cooperativas se organizam para viabilizar projetos de energia renovável
OCB/MT está trazendo capacitações e articulando entre as entidades que querem produzir energia para si, para os cooperados e quem sabe o mercado nacional
Oportunidade à vista: Cooperativas se organizam para viabilizar projetos de energia renovável

OCB/MT está trazendo capacitações e articulando entre as entidades que querem produzir energia para si, para os cooperados e quem sabe o mercado nacional

Uma oportunidade com datas estabelecida em lei. Assim é o investimento em energia fotovoltaica, que está sendo amplamente discutido entre as cooperativas de Mato Grosso. Conforme o marco da Energia Solar, assinado em janeiro deste ano, os projetos protocolados até janeiro de 2023 vão manter os benefícios fiscais até 31 de dezembro de 2045.

Quem deixar para depois, vai ter redução gradual das porcentagens, o que aumentará o tempo de espera pelo retorno financeiro. Segundo o superintendente do Sistema das Organizações das Cooperativas Brasileira em Mato Grosso (OCB/MT), Frederico Azevedo, é preciso acelerar o planejamento, mas fazê-lo com todos os critérios.

Neste ponto, OCB/MT vai ajudar com a organização uma esteira de informações e fazendo a interlocução com outras entidades que possam contribuir com as decisões. Azevedo explica que já existem iniciativas no Estado cujo objetivo é produzir energia para atender a própria cooperativa, porém, em outras regiões do país e no exterior, já se trabalha com cooperativas constituídas apenas para produção de energia ou empreendimentos destinados a atender os cooperados.

O superintendente acredita que qualquer avanço no setor de negócios, não pode ser discutido sem levar em consideração as questões energéticas, principalmente o tão sonhado processo de industrialização do Estado. Sendo assim, avaliando a reserva limitada de combustível fóssil e o aumento progressivo da população, torna-se elementar que a escassez é um fantasma que ronda o desenvolvimento das atividades.

Informação e debate

Oportunidade à vista: Cooperativas se organizam para viabilizar projetos de energia renovável

Oportunidade de negócios

No começo do mês de março, houve uma ação para o fomento das iniciativas no setor de energia renováveis organizado pela OCB/MT. Um workshop, por meio de plataformas digitais, reuniu três autoridades no tema. A primeira delas foi o analista de Energia e Meio Ambiente da OCB, Marco Olívio de Oliveira, que teve sua palestra seguida pela representante da DGRV – a Confederação Alemã de Cooperativas, Camila Japp, e do engenheiro eletricista do Centro Sebrae de Sustentabilidade, Rhauan Romagnolli Dias.

Oliveira disse que as cooperativas têm investido em energia renovável sozinhas e em conjunto, sempre com a proposta de terem a autogestão sobre o insumo. Hoje, o Brasil tem 4.868 cooperativas, que consomem 8% do total produzido no país. Deste percentual, apenas 0,2% é gerado pelas cooperativas, em sua maioria atuantes nos setores de infraestrutura e agropecuário.

Entre os modelos aplicados estão os de geração no local de consumo, condomínios ou compartilhadas, à exemplo do Parque de Solar Fotovoltaicos, construído em Nova Xavantina, Mato Grosso, e que tem a finalidade de atender as 140 agências da cooperativa. Contudo, está em latente discussão a oferta de energia no mercado livre, o que pode ser mais uma oportunidade.

Hoje, este comércio no mercado livre é feito pelas termoelétricas, cuja produção é 6 vezes mais cara que a fotovoltaica. E, dependendo de como seja configurado esta possibilidade de venda, empresas, cooperativas e até o cidadão comum poderão participar.

Alemanha está na frente, mas não tem os mesmos recursos naturais

A representante da DGRV – Confederação Alemã de Cooperativas - e diretora no Brasil do Projeto de Participação, Energia e Bem-estar- Sustentabilidade em Cooperativas da América Latina -, Camila Japp, explica que na Alemanha a preocupação com a energia é algo antigo e tem relação com a dependência do país de fontes internacionais, o que foi amplamente divulgado por conta da Guerra na Ucrância, e também falta de recursos naturais para produção de energia renovável.

Diferente do Brasil, contextualiza a especialista, não há sol em abundância ou quedas de água. O combustível é gás natural, petróleo e vindo de usinas nucleares, que estão com os dias de instalação contados por conta de uma decisão governamental.

Outra mudança no comportamento da população tem relação com o uso da energia. Lá, existe um estimulo para troca de carros movidos a combustível por elétricos, além da oferta de outros tipos de transporte que também usam energia limpa. Com isso, há um incremento no consumo, que se amplia, comparando ao gasto por parte dos brasileiros, por conta da calefação das casas e das necessidades de conforto térmico.

Japp compartilhou com os membros de cooperativa a experiência naquele país da Europa, onde ao mesmo tempo que existe uma demanda com pouca oferta natural de captação, existe um povo que entendeu a importância da união e tem grande receptividade para o sistema cooperativo.

Um a cada 4 alemães é membro de uma cooperativa e em alguns setores, há uma predominância, à exemplo dos padeiros, público que tem 90% dos profissionais incluídos em cooperativas com ênfase nas formadas para compra de insumos em escala.

Voltando a questão da energia, a Alemanha tem 835 cooperativas de energia renovável e cada uma delas tem cerca de 300 mil membros. A produção delas se concentra em biomassa e eólica.

Como investir

Os custos com os equipamentos para a construção de uma usina aumentaram por conta da alta do dólar e do aumento da procura. Então, será que o investimento continua rentável?

Na avaliação do engenheiro eletricista do Centro Sebrae de Sustentabilidade, Rhauan Romagnolli Dias, a resposta é sim. Ele explica que é preciso estar com projeto de viabilidade bem feito e que contemple as adversidades e seus resultados, como o aumento do tempo para retorno financeiro.

Conforme o engenheiro, a falta de dinheiro “vivo” para aplicar no investimento também não pode ser usado como desculpa, já que 57% das usinas construídas em Mato Grosso receberam algum tipo de financiamento.

Dias trouxe aos presentes uma estatística, que coloca as cooperativas de crédito entre as instituições financeiras que mais oferecem crédito para este fim. As redes Sicredi e Sicoob responde por 44% dos projetos financiados.

Mais Informações
Assista ao Workshop sobre Energia Renovável, realizado pela OCB/MT no dia 08 de março, no Canal do YouTube do Sistema OCB/MT. Aqui está o link: https://www.youtube.com/watch?v=JeXHIzrd-K0

SOMOSCOOP - A Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso – Sistema OCB/MT – é uma entidade formada por 3 instituições que fazem papéis distintos e ao mesmo tempo interligados, focados no suporte às cooperativas: OCB/MT - Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso; Sescoop/MT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Mato Grosso; e o I.Coop - Faculdade de Cooperativismo.

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FECOOP CO/TO - Federação dos Sindicatos das Cooperativas do Centro-Oeste e Tocantins
OCB/MT - Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Mato Grosso
SESCOOP/MT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Mato Grosso
I.COOP - Faculdade do Cooperativismo





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